segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Introdução - A Princesa Mística

— Introdução —
Cap. 1

Mais um final de ano letivo estava chegando e mês de Junho levava para o Canadá um ar leve de brisa do verão — isso quer dizer noites menos frias, menos neve e gelo. — Samantha, ou Sam, como suas amigas do colégio a chamavam, estava muito ansiosa. Esse verão seria diferente de todos e ela mal podia esperar pela viagem que prometia mudar sua vida pra sempre. Seu coração pulsava mais forte, seus olhos brilhavam cada vez mais e sua respiração ficava mais apertada. Agora tudo seria diferente.
Sam sabia que morava no Colégio La Rosa, mas para todos os efeitos, morava em uma mansão antiga de telhado marrom e parede azul, na Rua John Luiz nº14, em um bairro nobre um pouco afastado do centro de uma pequena cidade no interior do Canadá.
A menina tinha olhos incrivelmente azuis e iluminados, que pereciam dois astros do céu, e estes contrastavam com o cabelo mais negro e liso que se podia imaginar. Quando sorria, o que era um pouco raro de acontecer, transmitia alegria e paz as pessoas a sua volta. Sempre foi uma incrível menina, doce e meiga, que apesar de ter um gênio forte e ser um tanto negligente as regras, nunca foi nenhum tipo de monstro. É uma garota que tem medos e dúvidas, como todas as outras, porém, Sam não tem ideia do que a espera em sua nova vida. 
Alguns meses atrás, em Abril, recebeu uma correspondência de seu pai, junto com um ursinho de pelúcia marrom que vestia uma gravatinha vermelha — chamou-o de Teddy.

“Querida Samantha,
Infelizmente terei que mandá-la para morar com seu tio Richard. O colégio me informou sobre suas tentativas de fuga nos últimos meses e demasiado relaxamento quanto aos deveres. Sei que se sente sozinha às vezes, mas saiba que eu e sua mãe sempre estaremos com você. No início de junho, nas férias, vou buscá-la e levá-la ao aeroporto. E meu atual motorista, vai lhe acompanhar na viagem até o Inglaterra. Não poderei levá-la pessoalmente, pois estarei trabalhando. Não se esqueça de que sua mãe também lhe manda lembranças do céu.

Um abraço do seu pai,
Henrique Couternew”

Não existia nenhuma recordação de sua mãe em meio a suas poucas lembranças, era apenas um bebe quando a perdeu. Seu pai entrou em profunda depressão, mas conseguiu superá-la após algum tempo. Então, Sam passou a maior parte de sua infância na creche, vendo seu pai somente nos finais de semana, até os seus sete anos. Aos oito, mudou-se para um colégio interno, o La Rosa. Quase não ficava com seu pai. Via-o somente uma vez em meses. Ele estava aparentemente sem tempo para a filha por causa dos negócios. Contentava-se com tudo até os seus quatorze anos quando tentou duas vezes, sem sucesso, fugir da escola. Seu pai, em uma das poucas atitudes sábias que se tinha notícia, decidiu que seria melhor tira-la da escola. Viu que Sam estava crescendo e precisava de mais do que educação. Precisava de uma família.
Esses são seus últimos dias no colégio La Rosa, o que não seria nada mal se ela não tivesse que se despedir de sua melhor amiga: Lílian. Agora ela está prestes a sair do país e ir morar ao norte da Inglaterra com o irmão de seu Pai, chamado Richard Couternew.

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